Esportistas defendem criação de pista para dar mais segurança a skatistas
A morte de Rafael Mascarenhas, 18 anos, filho da atriz Cissa Guimarães, deixou de luto os skatistas do Rio. Adeptos de um esporte que depende, em grande parte, do asfalto, jovens que praticam downhill – a modalidade que aproveita os declives da cidade para manobras – lamentaram a tragédia e acreditam que criar um espaço para o esporte daria mais segurança aos praticantes.
Skates e skatistas estão incorporados à paisagem de bairros da zona sul do Rio, na prática de modalidades específicas ou mesmo como diversão, circulando entre os carros na rua. Mas não existe no Rio, atualmente, um local 100% reservado à prática da modalidade de skate em ladeira. Este, aliás, será um dos desafios da União Skate Rio (USR), primeira associação municipal do esporte, a ser fundada no próximo domingo.
Para o editor da revista eletrônica Pense Skate, Rennê Nunes, a regulamentação é o caminho para evitar tragédias como a que matou Rafael Mascarenhas. “O que aconteceu foi uma fatalidade, mas se oferecermos opções, horários e locais regulamentados, podemos evitar acidentes como esse”, argumenta Nunes, um dos fundadores da USR. “De qualquer forma, também é indispensável o uso de equipamentos de segurança, como o capacete. Afinal, acidente é comum para todo skatista”, lembra.
Os esportistas descartam que tenha havido alguma imprudência de Rafael Mascarenhas. “Com o túnel fechado, você relaxa. Ninguém espera que venha um carro”, afirma Bruno Nobru, 18 anos, praticante de uma modalidade considerada radical, o downhill speed. No Speed, os skatistas chegam a atingir 90 km/h em algumas descidas.
Nobru explica que o skate é hoje um esporte praticado em família. Com o apoio do pai, que também pratica o esporte, ele começou a treinar manobras aos 14 anos. “Minha mãe não gostou no início, mas hoje entende que eu tomo os devidos cuidados e até me ajuda a competir em outras cidades”, conta.