Uma noite histórica. Histórica pela inovação. Histórica pela
competitividade. E histórica pela materialização daquela que, provavelmente, é
a melhor rotina já vista no freestyle motocross. Rotina que rendeu a Tom Pagès
a conquista da 3ª etapa do Red Bull X-Fighters, realizada em Madri (27 de
junho) na arena Las Ventas. E que colocou o nome do francês, de novo, na
galeria dos inventores, enquanto assegurava: Tom Pagès pode ser estrondoso sob
absoluta pressão.
Provavelmente
o bikeflip não terá impacto equivalente à revolução ocasionada pelo backflip no
início dos anos 2000. E, analisando criteriosamente, até com excessiva dureza,
a rotina campeã praticada por Tom Pagès não é a melhor possível considerando as
manobras existentes. Entretanto, pelo prisma do arsenal de cada piloto,
sustenta, solidamente, o argumento: a melhor rotina já vista numa competição.
Primeiro ponto: bikeflip. Retrocedendo à possibilidade da
manobra antes de Tom Pagès, houve rumores. Tentativas. Frustrações. Porém,
coube a Pagès, enfim, concretizar a rotação da moto. Derrubar outra barreira,
provar, mais uma vez, que para o freestyle motocross o impossível,
simplesmente, é nulo.
Estendendo
a observação além do bikeflip, outros pontos surgem. O 540º superman, manobrado
no quarter pipe. Volt e Special Flip, manobrados nos saltos médios (22 metros),
e o 360º, acentuadamente inclinado, lançado a partir do kicker. Estas manobras
tornaram real exercícios de criatividade imaginados por fãs mundo afora.
Mas Las Ventas abrigou muito mais do que as rotinas surreais de
Tom Pagès. Testemunhou uma das melhores competições já vistas. Muitas manobras.
Poucos erros. Desafio, limite e inovação na pista. Os double backflips do
segundo colocado, Josh Sheehan, e o acrobático flip rowedova do terceiro, Levi
Sherwood, são bons exemplos.
E
as novidades desceram às demais posições. Caso do body varial seguindo a
vertente Electric Doom, de Clinton Moore (7º). O chamado Bundy (Moore destaca
que o movimento do corpo difere da manobra de Kyle Loza). O 7º posto do
australiano resume o quão acirrada foi a competição.
Las Ventas ainda viu outra performance notável: Mat Rebeaud. O
campeão da temporada 2008 busca o caminho para retornar às primeiras posições.
Terminou em 8º, após chegar a fase principal passando pela repescagem.
Resultado à parte, evidenciou uma capacidade: pilotagem. Mesmo na restrita
variedade de saltos, expandiu seu ponto forte. Manobrou combinações de flip na
maior rampa (33 metros), fez transferências de linha a partir do kicker mais
acentuado (utilizado para o double flip), manobrando, à sua interpretação, o
que conhecemos como airplane. E, claro, lançou o 540º no quarter.
Por
fim, o Red Bull X-Fighters Madri deixa visão clara: projeta-se novo limiar. E
novas possibilidades começam a serem testadas. Alley Oop e movimentos mais
complexos em meio ao 540º parecem futuro mais concreto.
O
Red Bull X-Fighters deixa a Espanha com duas certezas: evoluir sem rupturas
mostra-se como opção cada vez menor para a vitória. E conseguir uma das doze
vagas no campeonato será cada vez mais difícil.
Resultado X-Fighters Madri
1. Thomas Pagès (FRA)
2. Josh Sheehan (AUS)
3. Levi Sherwood (NZL)
4. Dany Torres (ESP)
5.
Taka Higashino (JPN)
6.
Maikel Melero (ESP)
7. Clinton Moore (AUS)
8. Mat Rebeaud (SUI),
9.
Rob Adelberg (AUS)
10.
Libor Podmol (CZE)
11.
Remi Bizouard (FRA)
12.
David Rinaldo (FRA)
Classificação Após 3 etapas
1. Levi Sherwood 200 pontos
2. Josh Sheehan 160 pontos
3.
Tom Pagès 145 pontos
4.
Dany Torres 130 pontos
5.
Remi Bizouard 95 pontos
6.
Rob Adelberg 90 pontos
7.
Taka Higashino 70 pontos
8.
Matt Rebeaud 70 pontos
9.
Maikel Melero 60 pontos
10.
Adam Jones 55 pontos
Por: redação
Fonte: skate4life
Foto: divulgação
Proradicalskate
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