quarta-feira, 8 de abril de 2009

O grafite é um meio contemporâneo de expressão


No momento o planeta passa por várias mudanças em grande velocidade. Vivemos séculos de autoritarismos, ditaduras e alienação. Hoje com o processo de globalização o mundo se mostra para todos, percebemos sua diversidade e as mudanças planetárias passam pelo fortalecimento do conceito de identidade que é fundamental para o funcionamento da democracia plena.Uma nação forte é sinônimo de identidades estruturadas e as novas ordens mundiais serão conseqüência do convívio das diferenças onde a expressão das experiências histórico-afetivas possam ser compartilhadas pela comunidade por meio das manifestações artísticas. O grafite é um meio contemporâneo de expressão que se inscreve como um fenômeno mundial, jovens experimentam esta linguagem compartilhando suas idéias com a sociedade diretamente nas ruas. A arte tem a força capaz de contribuir para o desenvolvimento dos indivíduos e para a estruturação das comunidades. A experiência estética do grafite possibilita uma dinâmica com as paisagens circundantes, com a intimidade dos artistas e com o diálogo das diferentes tribos dos centros urbanos. Fornece informações a respeito das conexões existentes entre o ser humano e a cultura. Grafitar é converter em grafia, escrever palavra, frase ou desenho em muro ou parede de lugar público. A palavra italiana graffiti deu origem à forma adotada pelo idioma português: grafito ou grafite para designar inscrições riscadas com instrumentos pontiagudos ou carvão sobre rochas e paredes. Nos anos sessenta, o mundo assistiu à uma grande efervescência cultural no planeta. Jovens de todo o mundo gritaram, manifestando-se criticamente por meio do grafite contra as guerras imperialistas, o totalitarismo, a sociedade de consumo, a massificação da cultura e os tabus da moral, que ecoam até os dias atuais. O grafite encontrou na Europa no final dos anos 80 um ambiente mais receptivo que as grandes metrópoles das Américas, consolidando-se esta forma de expressão como uma tendência mundial.

O grafite como o conhecemos nos dias de hoje é fruto da urbanidade, nasceu nas ruas e sua sobrevivência depende das ruas. Atualmente, não está mais restrito às ruas e há pelo menos vinte ou trinta anos ganhou o universo das galerias e bienais de arte do mundo inteiro, mesmo que de forma modesta.Por muitos anos, o grafite foi considerado uma arte menor dentro do universo das artes plásticas e ainda nos dias atuais, críticos de arte torcem o nariz para a idéia de associação do grafite à arte, como se arte fosse um privilégio de escolhidos e só se justificasse a partir de uma história linear e que tem como ponto de partida os artistas europeus. Esse pensamento advém de um preconceito, um medo ou quase terror daquilo que vem da rua. Além disso, o grafite abriu a possibilidade de fazer arte para jovens que moram na periferia das grandes cidades do mundo inteiro. Muitos desses jovens jamais terão a oportunidade de usufruir dos assentos e bancadas universitárias. Esses jovens, muitas vezes, são denominados genericamente de pichadores, vândalos do patrimônio público, não havendo assim distinção entre aqueles que sujam muros e paredes daqueles que fazem arte em locais públicos.


Por: Redação
Fonte: Equipe proradical