Muitas pessoas não se permitem momentos de lazer e relaxamento porque não gostam das opções que são de seu conhecimento como, por exemplo, meditar, jogar futebol, dançar, caminhar, andar de bicicleta. Para elas, a prática de esportes radicais como rapel, tirolesa e escalada, pode ser a solução para a autoconfiança mais elevada e ainda movimentação saudável para o corpo. Quem sugere é o instrutor, Marco Antônio Francelino, que há quase 15 anos trabalha com estas modalidades.
As cachoeiras do 'Inferninho', na saída para Rochedo, em Campo Grande, têm sido palco das aventuras.
Embora a atual estação do ano seja o outono (com variações constantes de temperatura) Marco Antônio sugere atividades radicais para todas as idades, obedecendo ao limite de cada pessoa e as condições climáticas. “Em dias de calor uma boa opção é a prática de rapel e tirolesa em cachoeiras. Nos menos quentes estas duas atividades podem ser feitas, por exemplo, indoor. Além disso, escalada em paredões naturais ou torres artificiais também traz os mesmos resultados positivos”, explica.
Para o instrutor, atividades radicais estimulam a pessoa a vencer certas resistências que acabam impedindo-a de ter uma melhor visão sobre si mesma.
Ainda segundo Marco Antônio, na maioria dos casos, a pessoa tem um grande potencial – seja pessoal ou no trabalho - mas por inibição causada por uma baixa estima acaba perdendo oportunidades valiosas. “Não estou dizendo que as pessoas não devam procurar orientação de um profissional médico, mas, sim, que este tipo de esporte ajuda no tratamento ou ainda impede certos problemas causados, por exemplo, por uma rotina, estresse”.
O professor de educação física e praticante de esportes radicais, Ronnie Peterson, também indica este tipo de atividade, inclusive para crianças e idosos. “Dependendo da destreza, crianças a partir dos cinco anos já podem aproveitar estas opções”, diz.
O funcionário público aposentado, Manoel Jaciro Saravi Maidana é adepto de esportes radicais há mais de seis meses. Com 60 anos, ele já fez várias cirurgias, inclusive no pulmão, mas isto não o impede de encarar desafios de rapel em cachoeiras. “Tem gente que diz não ter coragem e eu também tinha certo receio. Depois que desci uma vez, vi que é seguro quando se tem bons instrutores e uma empresa especializada responsável”, frisa.
Ricardo Bittencourt é orientador em atividades radicais há quase dez anos. Ele ressalta a importância destes esportes serem praticados com a instrução de uma pessoa capacitada e com autorização para tanto. “Sei de muitos que se intitulam instrutores, mas, na verdade, não possuem curso que os habilita, muito menos autorização para ministrar estas atividades”, orienta.
Outro ponto importante para segurança são os equipamentos (cadeirinha, luvas, capacete, mosquetões, freios, cordas) e também as ancoragens (amarrações), que devem ser normatizados e certificados.
Ricardo revela que as comemorações, particulares ou de instituições, estão cada vez mais com “ares radicais”, inclusive adianta que esta vai ser uma das novidades de algumas festas juninas deste ano, aniversários e até feijoadas.
A estudante do ensino médio, Taís Silva Alencar já praticou rapel em cachoeira com seu grupo de amigos por quatro vezes. Agora, diz que estão aguardando para a prática indoor de escalada e tirolesa. “Com estes dias mais friozinhos não nos animamos a ir pra cachoeira, mas queremos aproveitar esta adrenalina de escalar e fazer tirolesa sem o contato com a água”, diz.
Potencial – Mato Grosso do Sul possui muitos acidentes geográficos propícios pra a prática de esportes radicais, porém ainda é pouco o incentivo, o que tem favorecido trabalhos clandestinos de pessoas não habilitadas e isto pode trazer riscos aos praticantes. No Estado só existe uma empresa especializada voltada para o atendimento aos aventureiros e formação de orientadores (Altitude – Aventura, Educação e Entretenimento).
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