quinta-feira, 30 de julho de 2015

ESCOLINHA E LOJA DE SKATE UNEM JOVENS NA MARÉ





Quem circula pelo conjunto de favelas da Maré vai perceber que o skate é uma verdadeira febre por lá, e o Pontillhão, que fica embaixo do viaduto da Linha Amarela, se firmou como principal point. Hoje existe uma “escolinha” e até uma loja, a Maré Skate Shop, exclusivamente dedicadas à prática. A escolinha é uma iniciativa promovida pelo Coletivo Skate Maré que busca apoiar e desenvolver o skate na comunidade. Segundo Daniel Ribeiro, gerente da loja Maré Skate Shop e voluntário da escolinha, “o skate ocupa e resgata o espaço com força de vontade e iniciativas para melhorar o local”

Pontilhão se firma como point do skate

Que isso!? Verdadeiros bondes de crianças e adolescentes passam voando pela Rua Teixeira Ribeiro, uma das mais conhecidas vias da Maré. Quem circula pelo conjunto de favelas vai perceber que o skate é uma verdadeira febre por lá.

Mas isso não vem de agora, a modalidade já tem uma longa história na comunidade. Antes, os jovens praticavam suas manobras no Brizolão do Parque União ou na quadra do Salsa e Merengue, mas hoje o Pontillhão, que fica embaixo do viaduto da Linha Amarela, se firmou como principal point. O que muitos não sabem é que existe uma “escolinha” e até uma loja, a Maré Skate Shop, exclusivamente dedicadas à prática.

A escolinha é uma iniciativa promovida pelo Coletivo Skate Maré que busca apoiar e desenvolver o skate na comunidade. Além disso, o coletivo também costuma contribuir na promoção de uma série de eventos onde fica a pista. O espaço já foi ocupado com música, arte e, é claro, skate. Segundo Daniel Ribeiro, gerente da loja Maré Skate Shop e voluntário da escolinha, “o skate ocupa e resgata o espaço com força de vontade e iniciativas para melhorar o local”, garante.


Nova e velha guarda se reúnem para praticar

A escolinha reúne todo sábado de manhã skatistas de todas as idades e com diferentes habilidades no Pontilhão. Seis anos atrás, quando a LAMSA (concessionária que administra a Linha Amarela) construiu uma minirrampa lá, os skatistas Marcus Luciano e Alexandre Santos juntaram mais alguns amigos para oferecer aulas de skate, plantando as primeiras sementes que floresceram no melhor espírito “faça você mesmo”.

Alexandre, que anda de skate desde os 13 anos, diz que, para ele, o skate representa “liberdade de expressão, satisfação e alegria.” Hoje, os ex-alunos, além de praticarem suas manobras radicais, ainda se dedicam a ensinar as crianças que estão apenas começando. Lucas, 18 anos, é morador da Baixa do Sapateiro, também na Maré e participa da escolinha desde que tinha 12. Para ele, não tem como imaginar a vida sem skate. Ele não tem dúvidas na hora de afirmar que “o skate só traz felicidade”.
Daniel fala que no início as coisas eram ainda mais difíceis, mas que com a colaboração dos skatistas o local foi sendo aprimorado. “Quando não tinha luz nós colocamos iluminação na rampa, e depois, na quadra”, explica. Ele também cita o trabalho do grupo Maré Longboard, que atua na Nova Holanda como uma alternativa para os jovens da comunidade. “Fica evidente que o skate é capaz de atravessar as barreiras que tradicionalmente impedem circulação de jovens livremente pelo bairro”, conclui.
Jonathan Rosário, conhecido como “Bacteria”, morador da favela McLaren,  às vezes saía de casa com o skate escondido porque sua família não apoiava a ideia. Insistente, ele continuou indo às aulas. “Para mim o skate é muito mais do que um esporte”, assegura. Atualmente a “cria” da escolinha, é monitor do projeto, e pretende se formar como instrutor de skate.

Skate como ferramenta de mobilidade
O uso do skate também vai além do mero lazer. Ele também proporciona mobilidade física e social, além de abrir o acesso à outras localidades.  Os skatistas do Coletivo dão muitos rolés pela cidade inteira, fazem amizades e compartilham experiências, da Barra a Niteroi, passando por Campo Grande e Ilha, Flamengo e Botafogo via Maracanã e Engenho de Dentro.

O sonho de todos é de transformar o Pontilhão em uma pista de alta qualidade, não só para garantir o futuro do skate por lá, mas para inserir a Maré como destino certo no mapa dos skatistas cariocas.

Uma reforma também ajudaria a acabar com as disputas pelo uso da quadra com quem quer jogar futebol, por exemplo. Felizmente, o primeiro passo já foi dado. O Coletivo firmou uma parceria com o Instituto EixoRio, da Prefeitura do Rio, que já se comprometeu a fornecer uma área de chão liso ao lado do rampa.

O rolé apenas começou!

A Escolinha funciona aos sábados das 10h às 12h, no Espaço Pontilhão. A loja Maré Skate Shop fica na Rua Praia de Inhaúma, 39 – Maré.  E no Facebook



Por: redação
Fonte: Viva Favela
Foto: divulgação

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