Ginasta coloca vaidade de lado por
segurança em sua caminhada rumo às Olimpíadas de Inverno de Sochi, mas diz:
'Fora dos treinos sou muito vaidosa'
Maquiagem, gel no cabelo
cuidadosamente amarrado em um coque e um belo collant justinho. A vaidade
sempre fez parte da vida de Lais Souza e é fundamental em um esporte tão
plástico quanto a ginástica artística. Só que as horas se arrumando em frente
ao espelho para entrar em ação agora não passam de minutos. O corpo da atleta
se esconde por baixo de roupas longas, cobertas de neve. A paulista de Ribeirão
Preto se aventurou no esqui aéreo para tentar uma vaga nas Olimpíadas de
Inverno de Sochi, em fevereiro de 2014. E o guarda-roupa também passou pela
mudança, mas Lais afirma que continua sendo muito vaidosa.
- Não sinto tanta falta assim desse
lado de vaidade porque fora dos treinos sou muito vaidosa. Claro que isso fica
bem por último. O cabelo, que a gente fazia, passava gel e brilho, não existe
mais. Vai ficar debaixo do capacete e quando tirar fica uma coisa horrorosa
(risos). A prioridade é estar protegida, depois bem aquecida, mas ainda dá para
manter a beleza - disse a atleta.
Quando foi convidada pela CBDN
(Confederação Brasileira de Desportos na Neve) para participar da seletiva do
esqui aéreo, Lais tremeu de medo. Ela estava acostumada com as piruetas e os
mortais da ginástica, mas não se imaginava voando com esquis nos pés. A ginasta
afastou o medo pela chance de disputar os Jogos pela terceira vez - ela
defendeu a equipe de ginástica em Atenas, em 2004, e em Pequim, em 2008, e foi
cortada às vésperas das Olimpíadas de Londres por causa de uma fratura na mão.
Os trajes de frio, então, entraram na
vida da ginasta. Afinal, capacete e roupas espessas protegem o esquiador nas
dolorosas quedas, e diminuem os perigos do esporte radical. Lais teve seu
primeiro contato com parte de seu novo guarda-roupa durante o período de três
meses de treinamentos no Canadá e nos Estados Unidos. Ela já consegue até fazer
a difícil manobra do duplo mortal, mas ainda não completou nenhum salto na neve
- só saltou na piscina e em enormes colchões.
- Só usamos a roupa para água ainda.
Por baixo, nós colocávamos a nossa roupa de frio. Estou ansiosa para ver a
roupa de competição na neve. Pelo que eu vi da roupa dos outros atletas, eu
curti. Se for quentinho, ajuda muito já, porque vai estar muito frio - disse a
ginasta.
Lais conta os dias para o início da
temporada de inverno no hemisfério norte. Ela viajará para a Finlândia no fim
deste mês para começar a saltar na neve e disputar sua primeira competição, em
Ruka.
A ginasta, que agora só está fazendo
exercícios de força, também passou duas semanas treinando na rampa sintética de
São Roque, no interior de São Paulo. Apesar do calor do local, tinha de treinar
com roupas de frio para minimizar "as raladinhas e os roxos” pelo corpo.
Por outro lado, a desidratação é grande. Em um dia de exercícios, Lais e sua
companheira de treino Josi Santos chegam a beber juntas cinco litros de água.
- Não tem muito segredo, a cada salto
tem de beber um pouco de água. Às vezes usamos um isotônico básico, mas nada
demais. O importante é repor bem e comer proteínas depois dos treinos para
manter a massa muscular ativa. Também é preciso fazer academia. Já estávamos
acostumadas a controlar a alimentação na ginástica - disse Lais.
A definição das vagas olímpicas no
esqui aéreo terá como base o ranking da FIS (Federação Internacional de Esqui)
do dia 19 de janeiro. Para conseguir os pontos necessários, Lais tentará se
classificar para as duas etapas chinesas da Copa do Mundo, em dezembro. No
entanto, ela tem mais chances de participar das três etapas de janeiro, duas
nos Estados Unidos e uma no Canadá.
Por: Marcos
Guerra
Fonte: globoesporte
Foto: Mauro
Horita
Proradicalskate
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