Mais impactante que o boxe, evento atrai cada vez mais público
no Brasil e, claro, anunciantes
Entrar
em um octógono de MMA não é para qualquer um. Mas, no próximo dia 27, o UFC Rio
promoverá 12 combates entre alguns dos maiores astros da modalidade. E, ao seu
lado, estarão seis marcas que pagaram entre 300.000 e 2,5 milhões de reais para
dividir o ringue com os lutadores.
Mas, afinal, o que leva marcas como a Budweiser, Refinaria
Manguinhos, Betboo, Match Connection, Probiótica e Burger King a bancarem um
esporte com mais impacto que o boxe e que, há pouco tempo, era visto como
praticamente uma briga de rua? O motivo é óbvio: as pessoas gostam.
Com todos os 15.000 ingressos esgotados em pouco tempo, o esporte
tem forte apelo junto ao público jovem, resultado de um intenso trabalho de
divulgação através de seus próprios atletas, que de um tempo para cá, passaram
a transitar por programas televisivos em canais vistos por toda a família.
Na TV aberta, a luta principal, entre Anderson Silva e o japonês
Yushin Okami, será exibida ao vivo pela RedeTV!, que comercializou cotas no
valor de 5,180 milhões de reais. Gillette (P&G), Cachaça 51, Betboo e
Integralmédica foram as marcas que fecharam negócio com a emissora. Para o
canal, a transmissão do evento em tempo real – e o investimento em outras
modalidades esportivas como artes marciais – surgiu como oportunidade, no
momento em que os direitos do Campeonato Brasileiro, mesmo após licitação,
ficaram com a Globo.
A aproximação do MMA com os jovens conta ainda com um elemento
importante: o apoio das famílias. De acordo com Guilherme Cozza, diretor de
marketing, da Brunoro Sport Business, isso ocorreu porque a modalidade evoluiu.
Desde os anos 2000, o esporte vem adotando regras que reduziram a cara de “vale
tudo” sangrento. Com isso, consegue inclusive lançar moda entre os jovens,
influenciando também seu gosto musical e seu modo de vestir.
“Existe um lado dinâmico e impactante do MMA que satisfaz a
necessidade dos jovens. É uma modalidade que cuida, em especial, dos gostos
individuais. Se antes o “Vale Tudo” gerava certo preconceito por trabalhar um
pouco mais a violência, o MMA colocou controle nisso, e assim conseguiu abrir
as portas para o esporte no Brasil”, diz Cozza.
Outro ponto a favor do UFC é que o MMA começa a agregar também
um público inusitado, mas condizente com o contexto da economia mundial hoje:
as mulheres.
Para Sylvio Maia , professor de MBA em gestão de marketing
esportivo da Trevisan Escola de Negócios, isso é reflexo da forte mudança do
papel da mulher como consumidora, associada a características do próprio
esporte, como determinação e garra. Fora isso, a participação do lutador
Anderson Silva em programas de TV tradicionalmente populares desmitificou o
esporte, outrora visto como agressivo, perante as mulheres.
“O MMA é um novo formato de receita de negócio. É um nicho que
gradativamente será ocupado por marcas de nicho”, explica Maia. Segundo ele, o
esporte é uma oportunidade grande para marcas que buscam um espaço novo,
desprotegido de concorrentes e ainda pouco explorado.
Potencial para isso, existe. Nos Estados Unidos, por exemplo, o
UFC recebe, desde 2008, o patrocínio da Harley-Davidson. Além disso, o evento
estaria, segundo a imprensa americana, muito próximo de assinar um contrato
bilionário com a Fox para transmitir até quatro lutas ao vivo pelo canal FX no
país. Hoje, as lutas são todas exibidas por pay-per-view, no canal Spike TV.
Mas, no que depender de Dana White, presidente do Ultimate Fighting
Champioship, o campeonato não ficará restrito a nichos. White quer que o UFC
seja o maior evento esportivo do mundo em 2020. Para que isso aconteça, o
esporte ainda precisa queimar muitas calorias, se comparado ao futebol. Mas as
marcas já mostraram que perderam o medo de enfrentar o octógono.
Por: redação
Fonte: revistaalfa.abril
Foto: divulgação
Proradicalskate
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