Atletas profissionais dizem que onda da mobilidade pode atrair novos
praticantes. É possível começar a competir com uma bicicleta que custa
aproximadamente R$ 3 mil
Diversas
capitais pelo Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife ou Brasília,
contam com ciclofaixas para quem quiser arriscar umas pedaladas. Empresas
espalham bicicletas para serem alugadas pelas cidades e está cada vez mais na
moda trocar o carro e até o transporte público pelas bikes para ir ao trabalho.
Os atletas profissionais do ciclismo agradecem.
Para
eles, a prática nas ruas, por lazer, também incentiva o esporte. “É o pontapé
inicial. Tem que ter esse começo. Tem gente que nem tem bike e está lá andando.
Ele pode se apaixonar e pensar: ‘E se eu for para uma trilha?’. Depois, vai
para uma competiçãozinha e nem vai para ganhar, mas para conhecer, e começa a
ver um outro mundo. Daí para frente se apaixona e vira um vício”, analisa Raiza
Goulão, melhor brasileira no ranking mundial de mountain bike no estilo cross
country. “É uma droga saudável que a gente tem e o vício só vai crescendo”,
fala a atleta.
A bicicleta na rua pode ter relação com os resultados no
esporte de alto rendimento. Por exemplo, a Suíça é líder mundial entre homens e
mulheres no mountain bike. E o país é conhecido como reduto das bicicletas, com
nove ciclovias que cruzam todo o território nacional, além de 54 rotas
regionais e mais 68 locais.
“Acho que tem relação, sim. É a questão da cultura e da
tradição dos outros países e que ainda estamos um pouco a desejar. A maioria
dos brasileiros nasce com a bola no pé e o europeu nasce em cima de uma
bicicleta. Nos Mundiais que eu fui , eu vi crianças que acho que não tinham nem
dois anos fazendo coisas que eu demorei muito para fazer. Acho que é uma
questão de cultura e quando tiver meu filho, o primeiro presente vai ser uma
bicicletinha”, fala Raiza.
Isabella Lacerda, segunda
brasileira no ranking mundial de MTB, concorda com a companheira e completa.
“Com essa questão da mobilidade tão em alta e o pessoal pedalando mais, a mídia
em si também se envolve. E o esporte acontece quando a mídia está junto”, opina
a ciclista.
Para Isabella, os amadores já
estão se envolvendo mais com o esporte. “Qualquer hora você sai na rua e vê
gente pedalando e também usando equipamentos, como luva ou capacete. Isso já um
bom sinal porque já sabem que não é só sair e pedalar, tem que usar
equipamento”, diz.
Investimento de R$
1,1 mil para começar
Ao se tratar de um esporte que
envolve equipamentos, logo surge a questão: quanto vou gastar? Quem decide
comprar uma bicicleta para uso urbano e para ter conforto em suas pedaladas
deve investir em torno de R$ 1,1 mil, segundo Eduardo Matsuoka , analista de vendas
da Shimano, empresa especializada em componentes e acessórios para bicicleta,
pesca e remo e patrocinadora de atletas de diversas disciplinas do ciclismo.
Se gostar e decidir começar a
competir, o gasto aumenta um pouco. “Para ciclismo de estrada ou MTB as bikes
têm valores parecidos. No mercado dá para encontrar boas bicicletas por R$ 2,8
mil ou R$ 3 mil. E não será uma bicicleta apenas, mas uma que vai aguentar
trilhas duras e muitos quilômetros”, afirma Matsuoka.
Ele ainda lembra que com
equipamento como esse como base, é possível mudar acessórios e “turbina-lo” de
acordo com a evolução no esporte. Foi esse o caminho de Isabella Lacerda.
“Minha primeira bike custou uns R$ 700. Depois montei outra com uns R$ 1500 e
dei uma melhoradinha”, lembra a atleta, que faz parte do Team Shimano e está no
mountain bike desde 2009.
No mercado atual, há
bicicletas que contam com as mais diversas tecnologias e com os mais variados
preços. “Para competição de alto rendimento hoje em dia deve-se gastar em torno
de R$ 15 mil”, analisa Matsuoka. “Mas em termos de tecnologia e avanços, o céu
o limite”, brinca.
Entretanto, ciclistas lembram
que apesar dos valores, que podem ser altos, o que vale é investir no pessoal.
“Ciclismo não é só a bicicleta. Temos toda a preparação física e mental e isso
conta muito”, ressalta Isabella. Já Luciano Kdra, veterano no esporte, tem um
ditado e se explica: “Digo que a peça mais importante é a que vai entre o pedal
e o guidom e o real investimento tem que ser nessa peça. Você tem a melhor bike
e pega um morro. O que vai fazer? O morro não passa cartão de crédito”.
Por: IG
Fonte: IG
Foto: Divulgação
Proradicalskate
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