Em tempo de São Paulo Fashion Week, vale
tudo para estar na moda. Ao menos na cabeça de alguns estilistas e criadores
que se utilizam do skate como plataforma para o sucesso, mesmo com estilos duvidosos
e sem sentido.
Não deu certo. De acordo com os skatistas ouvidos pela reportagem do UOL Esporte, o resultado foi ridículo. "Não é porque você faz faculdade de moda que você entende de moda em geral. Se você nunca andou de skate ou frequentou shows de rock, você nunca vai entender a real estética disso. Moda não é o que você vê na TV", ataca o skatista, músico e artista plástico Magoo Felix, 37 anos da banda Twinpines. "A faculdade ensina a teoria, a rua ensina a prática. Não acredite em tudo que você lê nos livros", sintetiza Magoo Felix.
Ainda mais radical é o apresentador do programa Grito da Rua, Eduardo Dardene, o Badeco, que afirma; "A moda é uma grande enganação, que move milhões de dólares e o próprio mercado do skate", avalia.
A popularização global do skate se deu em parte pelo seu baixo custo. Um skate custa a partir de R$ 100. Mas ao contrário disso, marcas como Chanel emprestaram sua conceituada marca para fazer seus próprios skates. O preço? De R$ 1.850 a R$ 12.500.
O vídeo com trilha sonora de academia produzido
"para a tribo dos superdescolados", como o próprio Arlindo disse,
propõe o uso de coletes de matalassé, com malhas de tricô e bermudas de jogador
de basquete. Ou ainda usar camisetas polo, e calças largas acima do joelho, e
apertadas embaixo, além de ternos com moletom.
"Eu acho que ele
(Arlindo) não teve a informação de que os skatistas não seguem as tendências,
pois eles criam sua própria moda", afirmou o streeteiro Alexandre Fumaça
de 40 anos, ator, produtor e modelo em desfiles da marca Cavalera. O
fotógrafo e skatista profissional Fábio Sprovieri, o Dery, de 48 anos, concorda
com as afirmações de Fumaça e vai além. "Eu não sigo a moda, se a moda
quiser que me siga", diz.
A polêmica sobre a moda no universo skatista não acontece
somente no Brasil. Na Inglaterra, a revista Kingpin listou 15 exemplos de grandes marcas de moda utilizando o skate da pior maneira
possível. Dentre as maiores polêmicas, a que não deve passar desapercebida é a
da cópia sem limites do estilista Jeremy Scott fez com as obras do artista
gráfico de skate Jim Philips. Conhecido por seu estilo inconfundível de suas
produções para a marca Santa Cruz, Jim teve boa parte de suas criações copiada
deliberadamente por Jeremy, o que até hoje causa indignação por parte dos
skatistas.
Grandes profissionais do
skate de rua como o fenômeno Nyjah Huston, por exemplo, também caíram na
tentação da fama e do dinheiro da moda, ao participar de um vídeo clip para a
revista masculina GQ, usando terno e sapatos – roupas que segundo a Kingpin
nenhum skatista jamais iria utilizar.
Por:
Paulo
Anshowinhas
Fonte:
uol
Foto:
Divulgação
Proradicalskate
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