Muita
coisa rolou na edição de número 18 no BMX dos X Games em Los Angeles, alguns
dos favoritos se confirmaram no alto do pódio, um não teve muita sorte e outro
apesar do esforço não chegou lá. Entenda um pouco do que se passou no grande
complexo montado no centro de Los Angeles nas modalidades de BMX nos X Games
2012.
Street
No street os jovens invadiram a "pista" que era uma
simulação de um pátio de escola, local bem comum das sessões dos pilotos nos
finais de semana. Boa parte dos pilotos fazia sua primeira participação nos X
Games, como o italiano Simone Barraco, o alemão Bruno Hoffman e o americano
Steve Churchill. A competição mostrou do que é feito o BMX Street moderno, é
uma saraivada de manobras supertécnicas e muito controle da bike.
Entre os pilotos mais experientes, estava o californiano Dakota
Roche na sua 5ª participação nos X Games. Dak como também é conhecido fez suas
voltas em velocidade máxima, com linhas bastante criativas e com seu estilo
característico. Ele foi um dos únicos a utilizar a escultura em forma de dragão
que ficava em um dos cantos da pista, voou alto e com estilo nas transições e
terminou com a medalha de bronze no peito.
A medalha de prata ficou com outro californiano, Chad Kerley que é
uma das sensações do street atual. Uma de suas grandes características é o
controle que ele tem sobre sua bike, Chad consegue fazer combinações quase
infinitas, ligando uma manobra em outra sem dificuldades e isso tem lhe
garantido boas classificações em todos os eventos que participa. Kerley foi
alternate nos X Games 17 e já garantiu uma medalha de prata em sua primeira
participação oficial no evento.
Quanto ao ouro, bem, não poderia ter ido para outra pessoa senão o
americano de New Jersey, Garret Reynolds. Ele já vinha com 4 medalhas de ouro e
vinha para defender seu título. Mas quem assitiu à prova notou que Garret não
precisa se esforçar para mostrar o que sabe, a criatividade, número de
manobras, combinações e linhas foram uma a uma distribuídas por toda a pista.
Garret cometeu alguns poucos erros no final de suas entradas, porém nada que
pudesse prejudicar o conjunto. Agora ele carrega no peito 5 medalhas de ouro
consecutivas do BMX street nos X Games, só que agora com os concorrentes
chegando mais próximos, principalmente depois que se mudou para San Diego e
passou a treinar junto de Kerley, Ennarson e companhia.
Park
Uma das exigências que o BMX moderno é a fluidez, esta é uma palavra que
falamos em nossas transmissões com uma certa frequência e a pista dos X Games
nos últimos anos vem puxando para esse lado. Tecnicamente, fluir em uma pista
travada e ainda intercalar suas melhores manobras não é tarefa fácil, exige
muito treinamento e principalmente, aprimorar cada vez mais sua habilidade na
bike. Muitas vezes os pilotos se concentram apenas nas manobras e se esquecem que
as pistas dos campeonatos nunca são iguais à sua pista de treino, ainda mais
num evento como os X Games que sempre foge do tradicional quarter, mesa e
quarter.A pista do park na décima oitava edição dos X Games seguiu as linhas de
concreto mais técnicas com transições mais fechadas mas com uma novidade, em
uma das linhas havia um duplo de concreto que dava a possibilidade de sair para
todos os lados, talvez uma tentativa de trazer um pouco do dirt jump novamente
para o X Games.
Essa característica fez com que pilotos como Scotty Cranmer e
Daniel Dhers se adaptassem àquele tipo de pista, e pela mesma razão, pilotos
novatos nos X Games que tradicionalmente são as grandes estrelas em outros
campeonatos, acabam não andando bem. E essa era a grande aposta para este ano,
Dhers e Scotty seriam os principais candidatos à disputa do ouro, mas a tarde
quente de sábado em Los Angeles reservavam outras surpresas.
Logo de
cara no início de uma das suas voltas o venezuelano Daniel Dhers deu azar ao
tentar executar um 720 cancan, seu pé que deveria ter ficado no pedal, acabou
escapando e o fez perder o controle da bike, resultado: um capote bem sério sem
consequências mais sérias mas acabou tirando todas as possibilidades de
continuar na competição.
A disputa do segundo lugar ficou entre um novato que vem evoluindo
muito rápido e vem colhendo bons resultados em outros eventos, o jovem Pat
Casey que veio com seu vasto repertório de manobras e o veterano, velho
conhecido dos eventos principalmente de dirt, o californiano Ryan Nyquist. A
diferença entre os dois foi de apenas 1 ponto mas a experiência aliado ao
estilo e característica do rolê fez a diferença para Nyquist que ficou com a
medalha de prata. Casey em seu primeiro pódio nos X Games estava bastante
satisfeito com sua terceira colocação.
Uma ausência sentida por todos, principalmente para os fãs
brasileiros, foi a de Diogo Canina, que já tem duas medalhas de prata nos X
Games. Durante os treinos na cidade onde atualmente mora, Diogo acabou caindo e
batendo forte com a cabeça. Mesmo lidando com a incerteza, ele foi à Los
Angeles com a esperança de uma melhora nas suas condições e participar da
competição. Apesar da vontade de andar, Diogo não se sentiu seguro e decidiu apenas
assistir e apoiar seus amigos que estavam na pista.
Outra mudança significativa no park foi o aumento do número de
pilotos que trabalham um rolê mais de estilo como Tommy Dugan, Chase Hawk,
Sebastian Keep e Dan Foley (o madrilenho Sergio Layos estava na relação de
pilotos convidados mas acabou quebrando a perna e o britânico Ben Hennon
assumiu seu lugar). Apesar dos resultados modestos desses pilotos na
competição, a participação deles foi de extrema importância por terem uma
popularidade muito grande entre os praticantes de BMX, e o rolê por conta do
estilo é capaz de cativar qualquer um, até mesmo quem nunca assistiu uma
competição de BMX.
Vert
Apesar da melhora de desempenho dos australianos, Jamie Bestwick
simplesmente ignorou seus concorrentes e levou sua 6ª medalha de ouro do
vertical dos X Games. Jamie veio com todo o seu estilo e amplitude para se
manter no alto do pódio, sua rotina não apresentou nenhuma grande novidade, mas
a diferença para seus concorrentes é tão grande que não houve a necessidade de
apresentar alguma novidade, é muito provável que ele tinha alguma carta na
manga caso algum competidor ameaçasse sua liderança, mas a experiência fez com
que ele apenas administrasse suas voltas e garantisse mais um ouro pra sua
vasta coleção.
Apesar da evolução aparente do rolê do jovem Vince Byron, não foi
o suficiente para ameaçar Bestwick. Ficou nítido que o australiano treinou
muito para os X Games, Byron jogou sua boa base de park no vertical, uma de
suas características mais marcantes, fez boas voltas com bastante altura e
estilo. Certamente ele vai ser o futuro do BMX vertical, seu rolê mostra que
está cada vez mais maduro e estará sempre na briga pelas medalhas nos X Games.
Byron agora começa sua coleção de medalhas com uma de bronze de 2011 e agora
uma de prata.
Com o bronze ficou o britânico Simon Tabron, velho conhecido dos
brasileiros que não estava conseguindo bons resultados em eventos anteriores.
Tabron apostou numa mudança de estilo apostando na altura e nas contorções como
os belos inverts one hand que soltou em suas rotinas, o que parece ter surtido
efeito o colocando na terceira posição no pódio.
Big Air
O Big Air marcou a volta de Kevin Robinson que tem brigado contra
as lesões, principalmente a do ombro, consequência de um acidente
automobilístico. Kevin voltou com tudo mas o tempo que ficou fora da bike
devido aos tratamentos das lesões mostrou que ainda precisa de mais tempo para
voltar a andar com 100% de sua capacidade. Ele conseguiu encaixar apenas uma
volta perfeita que foi um backflip no hands seguido de um flair gigantesco
também de no hands, suficientes para lhe garantir a medalha de prata.
A disputa da medalha de ouro ficou entre Zack Warden e Steve
McCann. Zack apostou em 2 manobras inéditas, ambas assinadas por ele, um
backflip bike flip no gap e um triplo whip no quarter, sequência que acertou
logo em sua primeira descida e repetida para ganhar extensão e perfeição. Já
McCann foi para o double frontflip que lhe renderam dois tombos assustadores e
o double tailwhip no quarter. McCann havia caído em todas as suas descidas e
tinha apenas uma chance de encaixar a volta, determinado desceu a rampa e fez
um double front com no hands, aterrissou com perfeição e fez o double whip na
base que o colocou a apenas 0.33 pontos à frente de Zackary Warden que acabou
ficando com a prata e McCann com o ouro.
Os X Games chega ao fim de um ciclo e agora se torna global e
deixa de ser apenas um grande evento e se divide em 4 grandes etapas nas
cidades de Foz do Iguaçu- Brasil (sim, teremos novamente um X Games no Brasil),
Barcelona na Espanha , Munique na Alemanha, Los Angeles nos Estados Unidos,
Tignes na França e Aspen nos Estados Unidos, os dois últimos na versão de
inverno. Agora, os pilotos irão ter que se adaptar a essa nova realidade do
evento que será maior, melhor e mais democrático e teremos a oportunidade de
acompanhar in loco tudo aquilo que acompanhamos durante anos pelos canais ESPN.
Segundo os próprios pilotos será uma grande e maravilhosa mudança, uma abertura
das fronteiras dos esportes de ação pelo mundo, que venha 2013 com muito X
Games para todos nós.
Fonte: Espn
Por Rui Ogawa
Fotos: ESPN Images Garth
Milan/,Christian Pondella/ Pete Demos/ Garth Milan/Pete Demos/ Gabriel Christus
Proradicalskate
2 comentários:
Quando vai acontecer um evento destes em Brasília, aqui não acontece nada alem dos shows boquetas pagos com o dinheiro publico ta na hora de acontecer algo diferente.Chega de lavagem de dinheiro!
Jean
P Sul-DF
Cara nós estamos muito longe de eventos como estes, no park da cidade seria ideal, mais lá é reduto de gays e maconheiros, aí vamos lutar pelo o esporte! tamo juntos! Boa matéria é isso.
Vanderlei- Recanto das Emas
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