sexta-feira, 6 de julho de 2012

BMX, evolução e técnica nos X Games 2012

Muita coisa rolou na edição de número 18 no BMX dos X Games em Los Angeles, alguns dos favoritos se confirmaram no alto do pódio, um não teve muita sorte e outro apesar do esforço não chegou lá. Entenda um pouco do que se passou no grande complexo montado no centro de Los Angeles nas modalidades de BMX nos X Games 2012.
Street
No street os jovens invadiram a "pista" que era uma simulação de um pátio de escola, local bem comum das sessões dos pilotos nos finais de semana. Boa parte dos pilotos fazia sua primeira participação nos X Games, como o italiano Simone Barraco, o alemão Bruno Hoffman e o americano Steve Churchill. A competição mostrou do que é feito o BMX Street moderno, é uma saraivada de manobras supertécnicas e muito controle da bike.
Entre os pilotos mais experientes, estava o californiano Dakota Roche na sua 5ª participação nos X Games. Dak como também é conhecido fez suas voltas em velocidade máxima, com linhas bastante criativas e com seu estilo característico. Ele foi um dos únicos a utilizar a escultura em forma de dragão que ficava em um dos cantos da pista, voou alto e com estilo nas transições e terminou com a medalha de bronze no peito.
A medalha de prata ficou com outro californiano, Chad Kerley que é uma das sensações do street atual. Uma de suas grandes características é o controle que ele tem sobre sua bike, Chad consegue fazer combinações quase infinitas, ligando uma manobra em outra sem dificuldades e isso tem lhe garantido boas classificações em todos os eventos que participa. Kerley foi alternate nos X Games 17 e já garantiu uma medalha de prata em sua primeira participação oficial no evento.
Quanto ao ouro, bem, não poderia ter ido para outra pessoa senão o americano de New Jersey, Garret Reynolds. Ele já vinha com 4 medalhas de ouro e vinha para defender seu título. Mas quem assitiu à prova notou que Garret não precisa se esforçar para mostrar o que sabe, a criatividade, número de manobras, combinações e linhas foram uma a uma distribuídas por toda a pista. Garret cometeu alguns poucos erros no final de suas entradas, porém nada que pudesse prejudicar o conjunto. Agora ele carrega no peito 5 medalhas de ouro consecutivas do BMX street nos X Games, só que agora com os concorrentes chegando mais próximos, principalmente depois que se mudou para San Diego e passou a treinar junto de Kerley, Ennarson e companhia.
Park
Uma das exigências que o BMX moderno é a fluidez, esta é uma palavra que falamos em nossas transmissões com uma certa frequência e a pista dos X Games nos últimos anos vem puxando para esse lado. Tecnicamente, fluir em uma pista travada e ainda intercalar suas melhores manobras não é tarefa fácil, exige muito treinamento e principalmente, aprimorar cada vez mais sua habilidade na bike. Muitas vezes os pilotos se concentram apenas nas manobras e se esquecem que as pistas dos campeonatos nunca são iguais à sua pista de treino, ainda mais num evento como os X Games que sempre foge do tradicional quarter, mesa e quarter.A pista do park na décima oitava edição dos X Games seguiu as linhas de concreto mais técnicas com transições mais fechadas mas com uma novidade, em uma das linhas havia um duplo de concreto que dava a possibilidade de sair para todos os lados, talvez uma tentativa de trazer um pouco do dirt jump novamente para o X Games.
Essa característica fez com que pilotos como Scotty Cranmer e Daniel Dhers se adaptassem àquele tipo de pista, e pela mesma razão, pilotos novatos nos X Games que tradicionalmente são as grandes estrelas em outros campeonatos, acabam não andando bem. E essa era a grande aposta para este ano, Dhers e Scotty seriam os principais candidatos à disputa do ouro, mas a tarde quente de sábado em Los Angeles reservavam outras surpresas.
Logo de cara no início de uma das suas voltas o venezuelano Daniel Dhers deu azar ao tentar executar um 720 cancan, seu pé que deveria ter ficado no pedal, acabou escapando e o fez perder o controle da bike, resultado: um capote bem sério sem consequências mais sérias mas acabou tirando todas as possibilidades de continuar na competição.
A disputa do segundo lugar ficou entre um novato que vem evoluindo muito rápido e vem colhendo bons resultados em outros eventos, o jovem Pat Casey que veio com seu vasto repertório de manobras e o veterano, velho conhecido dos eventos principalmente de dirt, o californiano Ryan Nyquist. A diferença entre os dois foi de apenas 1 ponto mas a experiência aliado ao estilo e característica do rolê fez a diferença para Nyquist que ficou com a medalha de prata. Casey em seu primeiro pódio nos X Games estava bastante satisfeito com sua terceira colocação.
Uma ausência sentida por todos, principalmente para os fãs brasileiros, foi a de Diogo Canina, que já tem duas medalhas de prata nos X Games. Durante os treinos na cidade onde atualmente mora, Diogo acabou caindo e batendo forte com a cabeça. Mesmo lidando com a incerteza, ele foi à Los Angeles com a esperança de uma melhora nas suas condições e participar da competição. Apesar da vontade de andar, Diogo não se sentiu seguro e decidiu apenas assistir e apoiar seus amigos que estavam na pista.
Outra mudança significativa no park foi o aumento do número de pilotos que trabalham um rolê mais de estilo como Tommy Dugan, Chase Hawk, Sebastian Keep e Dan Foley (o madrilenho Sergio Layos estava na relação de pilotos convidados mas acabou quebrando a perna e o britânico Ben Hennon assumiu seu lugar). Apesar dos resultados modestos desses pilotos na competição, a participação deles foi de extrema importância por terem uma popularidade muito grande entre os praticantes de BMX, e o rolê por conta do estilo é capaz de cativar qualquer um, até mesmo quem nunca assistiu uma competição de BMX.
Vert
Apesar da melhora de desempenho dos australianos, Jamie Bestwick simplesmente ignorou seus concorrentes e levou sua 6ª medalha de ouro do vertical dos X Games. Jamie veio com todo o seu estilo e amplitude para se manter no alto do pódio, sua rotina não apresentou nenhuma grande novidade, mas a diferença para seus concorrentes é tão grande que não houve a necessidade de apresentar alguma novidade, é muito provável que ele tinha alguma carta na manga caso algum competidor ameaçasse sua liderança, mas a experiência fez com que ele apenas administrasse suas voltas e garantisse mais um ouro pra sua vasta coleção.
Apesar da evolução aparente do rolê do jovem Vince Byron, não foi o suficiente para ameaçar Bestwick. Ficou nítido que o australiano treinou muito para os X Games, Byron jogou sua boa base de park no vertical, uma de suas características mais marcantes, fez boas voltas com bastante altura e estilo. Certamente ele vai ser o futuro do BMX vertical, seu rolê mostra que está cada vez mais maduro e estará sempre na briga pelas medalhas nos X Games. Byron agora começa sua coleção de medalhas com uma de bronze de 2011 e agora uma de prata.
Com o bronze ficou o britânico Simon Tabron, velho conhecido dos brasileiros que não estava conseguindo bons resultados em eventos anteriores. Tabron apostou numa mudança de estilo apostando na altura e nas contorções como os belos inverts one hand que soltou em suas rotinas, o que parece ter surtido efeito o colocando na terceira posição no pódio.
Big Air
O Big Air marcou a volta de Kevin Robinson que tem brigado contra as lesões, principalmente a do ombro, consequência de um acidente automobilístico. Kevin voltou com tudo mas o tempo que ficou fora da bike devido aos tratamentos das lesões mostrou que ainda precisa de mais tempo para voltar a andar com 100% de sua capacidade. Ele conseguiu encaixar apenas uma volta perfeita que foi um backflip no hands seguido de um flair gigantesco também de no hands, suficientes para lhe garantir a medalha de prata.
A disputa da medalha de ouro ficou entre Zack Warden e Steve McCann. Zack apostou em 2 manobras inéditas, ambas assinadas por ele, um backflip bike flip no gap e um triplo whip no quarter, sequência que acertou logo em sua primeira descida e repetida para ganhar extensão e perfeição. Já McCann foi para o double frontflip que lhe renderam dois tombos assustadores e o double tailwhip no quarter. McCann havia caído em todas as suas descidas e tinha apenas uma chance de encaixar a volta, determinado desceu a rampa e fez um double front com no hands, aterrissou com perfeição e fez o double whip na base que o colocou a apenas 0.33 pontos à frente de Zackary Warden que acabou ficando com a prata e McCann com o ouro.
Os X Games chega ao fim de um ciclo e agora se torna global e deixa de ser apenas um grande evento e se divide em 4 grandes etapas nas cidades de Foz do Iguaçu- Brasil (sim, teremos novamente um X Games no Brasil), Barcelona na Espanha , Munique na Alemanha, Los Angeles nos Estados Unidos, Tignes na França e Aspen nos Estados Unidos, os dois últimos na versão de inverno. Agora, os pilotos irão ter que se adaptar a essa nova realidade do evento que será maior, melhor e mais democrático e teremos a oportunidade de acompanhar in loco tudo aquilo que acompanhamos durante anos pelos canais ESPN. Segundo os próprios pilotos será uma grande e maravilhosa mudança, uma abertura das fronteiras dos esportes de ação pelo mundo, que venha 2013 com muito X Games para todos nós.

Fonte: Espn
Por Rui Ogawa
Fotos: ESPN Images Garth Milan/,Christian Pondella/ Pete Demos/ Garth Milan/Pete Demos/ Gabriel Christus
Proradicalskate

2 comentários:

Anônimo disse...

Quando vai acontecer um evento destes em Brasília, aqui não acontece nada alem dos shows boquetas pagos com o dinheiro publico ta na hora de acontecer algo diferente.Chega de lavagem de dinheiro!

Jean
P Sul-DF

Anônimo disse...

Cara nós estamos muito longe de eventos como estes, no park da cidade seria ideal, mais lá é reduto de gays e maconheiros, aí vamos lutar pelo o esporte! tamo juntos! Boa matéria é isso.

Vanderlei- Recanto das Emas