Instrutor e pesquisador estuda
2 mil pessoas em saltos de asa delta - e cria um método para superar o receio
de voar
Você vai saltar de asa delta.
Respira fundo e começa a correr. Até o salto, serão alguns segundos de
adrenalina. E medo também. Mas analisando esse medo, é possível descobrir por
que ele existe - e superá-lo. É o que acredita o carioca Ruy Marra, instrutor
de asa delta com 20 mil voos realizados. Ele estudou 2 mil alunos, registrando
suas expressões faciais, respiração e ritmo cardíaco, e aplicou um questionário
sobre a relação da pessoa com os pais, sua infância e vida adulta.
É uma mistura de psicologia,
fisiologia e asa delta, na qual Marra se baseou para criar um método que
promete ajudar a vencer o medo na hora do salto.
Segundo ele, as pessoas que
sentem mais medo respiram pelo tórax (sem usar o diafragma) na hora do salto, o
que oxigena menos o sangue. "A pessoa precisa respirar mais vezes, e o
coração acelera", diz. Com isso, o corpo libera hormônios de estresse e
aciona a amígdala, região do cérebro relacionada ao medo. Ou seja: a sensação
de perigo desencadeia uma reação fisiológica que alimenta o medo, num círculo
vicioso - contra o qual Marra ensina a fazer exercícios respiratórios. Já o
questionário serve para que ele conheça melhor o aluno, e a partir daí construa
o que chama de visualização: a lembrança de um momento ou coisa que é
importante para ela. A pessoa deve associar isso ao salto - pois dessa forma
não prestará atenção ao medo que está sentindo. Marra escreveu um livro a
respeito e pretende transformar a pesquisa em artigo científico. "O
cérebro pode se reorganizar, formando novas memórias e novas habilidades".
Inclusive aprender a voar.
Por: Camilla Costa
Foto: diarioradical
Foto: diarioradical
Fonte: http://super.abril.com.br
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