quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pai de gêmeos, lutador se divide entre MMA e trabalho no Senado em Brasília

Diogo 'Fofão' é assessor parlamentar, mas quer seguir só na luta. Início nas artes marciais é curioso: no colégio, levou 'prejuízo' de um hoje atleta do UFC

Assim como muitos brasilienses, Diogo Cavalcanti tem ligação com a política: trabalha como assessor parlamentar do senador Vital do Rêgo. Mas a rotina não se restringe a isso, e ele arruma tempo para conciliar a função com os treinos e lutas de MMA, carreira que pretende seguir. Enquanto busca estabilidade no esporte, o lutador ainda não pensa em largar o emprego. O motivo é que acabaram de nascer seus filhos gêmeos, Kaio e Davi, duas bocas a mais para alimentar. Assim, ele segue a vida dura e digna de um batalhador brasileiro.

- É complicado, tenho que fazer meu horário normal no Senado, não tenho mordomia por ser lutador. Não existe nada para facilitar minha vida. Hoje em dia faço sete horas corridas. Treino MMA de manhã na Constrictor Team, que é comandada pelo mestre Ataide Junior, e à noite sempre faço algum treino específico: ou preparação física com o Rafael Felix, ou wrestling com o Carlo Prater, ou muay thai com o Rodrigo Aguiar - disse por telefone aoCombate.com, enquanto fazia uma breve pausa no trabalho.
O carinho com o qual é tratado no Senado Federal é um compensador da dura rotina. Diogo conta que é paparicado até por gente da mais alta cúpula de Brasília:


- No Senado sou tratado como herói. Chego aqui e todo mundo vem me parabenizar, do vigia dos carros até o senador Magno Malta, que treina e já puxou muita manopla para mim. Ele fala que teve participação no meu último nocaute.
O apelido "Fofão" veio logo nas primeiras aulas de jiu-jítsu, quando ainda era pré-adolescente, por conta das bochechas avantajadas. E o curioso início na arte suave tem a ver com um conterrâneo que hoje é um peso-pena do Ultimate: Rani Yahya.

- O Rani era da minha sala no colégio Objetivo, aí a galera ficava brincando de porradinha no intervalo. O Rani era bem menor, apesar de ser dois anos mais velho. Aí um dia ele me embolou todo, pegou minhas costas e encaixou um estrangulamento. Perguntei o que era aquilo, e ele me falou: "Isso é jiu-jítsu". Via ele fazendo isso com o resto da galera também, fiquei com vontade e procurei uma academia - revelou.
Agora com 25 anos, Diogo chegou a cursar Direito, mas ainda não completou: trancou no sétimo semestre da faculdade por causa da dedicação ao MMA. O cartel de seis combates tem cinco vitórias, duas por nocaute e três por finalização, e uma derrota por decisão dividida dos jurados. Apesar de ter mostrado bom jogo em pé nas últimas apresentações, como o direto que lhe deu o nocaute sobre Deivid Bull no Capital Fight 5, no último dia 10, o peso-leve (até 70kg) garante que sempre procura levar o adversário para a área onde se sente melhor, ou seja, o chão:
- A estratégia sempre é botar o jiu-jítsu em prática, independentemente do meu muay thai e de eu me sentir confiante em pé também. Eu me sinto à vontade no chão, tenho total domínio da situação, tenho certeza que sei tudo que o cara pode fazer.
Fã de Vitor Belfort não só como atleta, mas também como pai de família, Fofão tem o sonho de seguir os passos do ídolo dentro do UFC e na relação com os filhos e a noiva, Nathália Bemfica. Com a maior organização de MMA do mundo batendo na porta de Brasília para ter um evento lá em breve, ele enxerga a chance de uma vida toda e acredita ser merecedor dela:



- Em Brasília, se eu não tiver chance, vai ser uma injustiça outro lutador ter, pelo que venho apresentando nos treinos e nas lutas. Ganhei três vezes por finalização e duas por nocaute no primeiro round. A galera gosta disso. Vejo muita gente com cartel parecido e qualidade técnica até inferior lutando em card preliminar do UFC, entrando pelo TUF... Hoje acredito que tenho total capacidade de representar Brasília em um UFC aqui. Por isso fiz o pedido. Só faria se tivesse uma vitória boa, que foi o que aconteceu. Se tivesse ganhado por decisão dos jurados ou me apresentado mal, não teria feito - disse o lutador, que após a última vitória já havia pedido no microfone uma chance ao presidente Dana White e ao "matchmaker" Joe Silva.

Por Ivan Raupp
Fonte: sportv
Foto: divulgação


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