sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

VITOR BELFORT FAZENDO CADA MOMENTO VALER À PENA

Se você tem acompanhado o MMA tempo suficiente para lembrar do "velho" Vitor Belfort, o adolescente de 19 anos com a mão em chamas e velocidade nos pés que cativou todo mundo por volta de 1997, você quase podia se sentir como um pai orgulhoso em vê-lo durante a coletiva de imprensa para o evento deste sábado, UFC Rio: Aldo vs. Mendes.
Lá estava ele, não apenas o garoto local voltando para casa como um herói triunfante e astro internacional, mas um homem de 34 anos de idade cujos objetivos não são apenas vencer as lutas e campeonatos, mas para ser um embaixador do esporte que tem sido a sua vida por mais de 15 anos.

"As pessoas que me conhecem há muito tempo, mas não me conhecem agora, eles têm uma desvantagem", explicou Belfort. "Todo dia eu tive que aumentar o conhecimento, aumentar a sabedoria, aumentar o meu talento e adicionar novas ferramentas para o meu jogo e minha vida. Aproveito cada dia como o último dia da minha vida, e alguns dias são difíceis, alguns dias são mais fáceis, mas o principal é que quem não me conhece agora tem uma desvantagem, se eles só me conhecem daquela época".

Naquela época, Belfort foi tão selvagem quanto as suas rajadas no Octógono. Em outras palavras, ele era como qualquer garoto de 19 anos de idade nos olhos do público. Aconteceriam altos e baixos doídos e catastróficos, mas ao contrário do homem que ele era na maioria das vezes em comparação com o ex-campeão de boxe peso pesado Mike Tyson, a carreira do Belfort não se apaga depois de alguns anos deslumbrantes no seu auge. O lutador apelidado de "The Phenom" resistiu cada golpe que veio a seu caminho, e surpreendentemente, ele ainda é relevante e ainda é um candidato com potencial enquanto se prepara para a co-luta principal de sábado com Anthony Johnson.

"Ele é jovem e tem um grande futuro à sua frente", disse Belfort de "Rumble", que está fazendo sua estréia nos 84kg. "Ele é um adversário difícil e ele tem habilidades. Ele é um grande atleta, bom wrestler, e vai ser muito interessante ver como ele vai agir no ringue. Será que ele vai tentar me derrubar ou ele vai tentar ficar de pé?"

 Essa decisão pode ditar se Belfort entra em sua passagem como treinador na primeira edição do The Ultimate Fighter Brasil com uma vitória ou uma derrota. E, enquanto Johnson provou que  pode ser um camaleão no Octógono, optando por usar o seu wrestling para derrotar Dan Hardy ou retornar para sua estratégia 'lá vai bomba', que usou na sua vitória mais recente sobre Charlie Brenneman, Belfort diz que sua própria força vem de não se afastar muito do que ele sabe.

"Eu sempre soube o que sou e sempre soube quais minhas habilidades eram e o que eu era capaz de fazer", disse ele. "Você tem que saber quem você é e o que você é capaz. É muito importante".

Invo de uma vitória por nocaute em agosto sobre Yoshihiro Akiyama, que aliviou a decepção de perder sua luta pelo título no início de 2011 contra Anderson Silva, Belfort parecia estar em forma privilegiada contra o astro japônes, e a vitória o levou a esta luta, que marca sua primeira em casa no Brasil desde que ele bateu o seu rival do TUF Brasil, o treinador Wanderlei Silva em 44 segundos em outubro de 1998. Mas mesmo quando o que promete ser uma noite emocionante se aproxima, ele está fazendo o seu melhor para não ser pego por distrações que vêm com a luta em sua cidade natal.

"Eu estou pensando nisso um pouco, mas estou tentando ficar de fora", disse ele. "Eu não quero nada que me leve para longe do meu treinamento. Toda vez que vejo o meu dever se afastando de mim, tento voltar, eu e os treinadores estamos sempre focando no que vem em seguida, as coisas vão tomando jeito sozinhas".

Uma vitória sobre Johnson será a 21ª de Belfort como profissional, e a sétima em suas últimas oito lutas. Em seguida será treinador da temporada do TUF, e depois uma revanche com Anderson. É o mais perto que um lutador pode chegar de ter um horário definido pela maior parte do ano, e Belfort abraça isso.

"Essa é a vantagem", disse ele. "É uma coisa boa e tenho outras definidas, e só foco no próximo e no que é positivo e que faz feliz, é o que faz eu me apresentar bem".

Sobre a oportunidade de treinar um grupo de aspirantes no TUF Brasil, Belfort não está apenas ansioso para ensinar as lições que aprendeu ao longo dos anos, mas também deixar sua equipe saber que para construir o esporte, eles devem perceber que os olhos estão mais voltados sobre eles do que nunca, as responsabilidades de ser um verdadeiro profissional acontece no Octógono.

"Eu vou ser eu mesmo", disse Belfort sobre ser treinador do TUF. "As pessoas terão a chance de me conhecerem mais, como sou, quais são meus valores quando se trata do esporte, e como respeito os meus adversários e os fãs. É um reality show, por isso tem que ser real. Sei que algumas pessoas têm a tendência  de quando estão na TV ser outra pessoa e tentam receber mais atenção para que eles ganhem mais dinheiro. Eu vejo de uma maneira diferente. Se eu puder ser verdadeiro com as pessoas, ser eu mesmo com eles, vou ter respeito. Quer gostem ou não, eles vão me respeitar porque vou respeitar eles também. E neste esporte, temos uma responsabilidade maior do que qualquer outro atleta, qualquer jogador de futebol, mais do que qualquer um. Se você faz algo a alguém, você tem um grande preço a pagar porque você é um lutador de MMA. Isto é o que estou prestes a mostrar-lhes, e levá-los de uma forma a ser responsáveis e não deixar a fama ficar no caminho".

Vindo de Belfort, uma declaração como essa terá mais peso com os lutadores que ele treina, simplesmente porque eles sabem que não é da boca pra fora. Ele já esteve onde eles estão, ele já passou pelo bom, pelo mau e pelo feio do esporte, e ele ainda está de pé. E mais do que isso, ele é agora capaz de concentrar as suas energias na luta, e quando aquele soco final é lançado e sua mão é levantada na vitória, há poucas pessoas mais felizes naquele momento.

"É um processo que rende todo dia", disse ele. "É como quando um fazendeiro vê suas sementes se transformarem em algo. É uma sensação incrível e é tão bom ver a recompensa dos sacrifícios que fizemos. Assim, muitas pessoas estão envolvidas, e você pensa sobre o processo que se transformou em uma vitória. É um grande momento e você tem que aproveitar e viver o momento porque esse momento pode nunca mais voltar. A vida é feita de momentos e às vezes até mesmo os maus momentos tornam você melhor e mais forte. Assim, o foco deve ser o que vem depois. A vida é feita dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, e como os americanos dizem: 'tempo é dinheiro' (risos) e eu invisto meu tempo como meu dinheiro, de todas as maneiras possíveis".


Fonte: UFC
“Proradicalskate”

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