Catarinense de 17 anos relembra início da carreira no vertical e traça
novos planos: disputar o circuito mundial de bowl, na Austrália e na Nova
Zelândia
Uma vitória com uma
certa dose de surpresa. A virose, acompanhada de febre, náusea e sinusite
comprometia o desempenho de Pedro Barros na decisão da etapa carioca do Mundial de Skate Vertical.
Após a queda na primeira volta, o enredo parecia se construir sem esperanças de
um final feliz. Quando as cortinas se abriram de novo, no entanto, o jovem de
17 anos usou o half-pipe (estrutura em forma de U) como palco para o seu
espetáculo. Com um leque de manobras plásticas, com variações de 540º,
cambalhotas e saltos de uma altura impressionante, Pedro ressurgiu e saiu
ovacionado pelo público na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Os
segredos do campeão vêm de casa. As façanhas em cima das duas rodinhas são
explicadas não só pelo talento natural e pelo esforço para atingir a perfeição,
como pela influência da família e pelo ambiente propício à sua evolução. Com a
ajuda do pai, André Barros, a brincadeira de criança virou coisa séria. Pedro
ganhou de presente um complexo de pistas no quintal de casa, com um half-pipe,
uma minirrampa e um bowl. O sítio de 50 mil metros quadrados no bairro de Rio
Tavares, em Florianópolis, foi o terreno ideal para o jovem aprimorar suas
manobras.
O local virou um parque de diversões para os amantes de
esportes radicais e sede de um movimento de pessoas que nutrem um estilo de
vida comum.
- Somos
como uma família, vivemos em uma comunidade onde gostamos de andar de skate,
surfar, ouvir música e curtir com os amigos. A maior conquista da minha vida
foi ter conseguido viver do skate - disse o catarinense.
Tricampeão
mundial de bowl, o catarinense desbancou lendas como Bob Burnquist e Andy
Macdonald, além de grandes nomes da nova geração, como o fenômeno Mitchie
Brusco, de 15 anos, e Rony Gomes, de 21. O título teve um sabor especial não
apenas pela superação, mas também por ser o primeiro como profissional.
Apontado como sucessor de Bob e Sandro Dias, o
Mineirinho, Pedro passa cerca de três meses por ano na Califórnia para lapidar
a técnica e a habilidade em diferentes modalidades. Apesar da pouca idade, o
jovem já é considerado um dos maiores skatistas da atualidade. É um dos
símbolos de uma nova geração valiosa, que vem dominando o circuito mundial.
- Nós
estamos evoluindo a cada dia. Os mais velhos são o espelho para a garotada, e
sempre surgirão caras novas quebrando tudo, é algo supernatural - analisou.
Após o
título no vertical, os próximos desafios de Pedro serão as primeiras etapas do
circuito mundial de bowl, sua especialidade, na Austrália e na Nova Zelândia,
nos dias 9 e 16 de fevereiro, respectivamente.
Por: Ana Carolina Fontes
Fonte: globoesporte
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