segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Com parque radical em casa, Pedro Barros celebra fato de 'viver do skate'

Catarinense de 17 anos relembra início da carreira no vertical e traça novos planos: disputar o circuito mundial de bowl, na Austrália e na Nova Zelândia


Uma vitória com uma certa dose de surpresa. A virose, acompanhada de febre, náusea e sinusite comprometia o desempenho de Pedro Barros na decisão da etapa carioca do Mundial de Skate Vertical. Após a queda na primeira volta, o enredo parecia se construir sem esperanças de um final feliz. Quando as cortinas se abriram de novo, no entanto, o jovem de 17 anos usou o half-pipe (estrutura em forma de U) como palco para o seu espetáculo. Com um leque de manobras plásticas, com variações de 540º, cambalhotas e saltos de uma altura impressionante, Pedro ressurgiu e saiu ovacionado pelo público na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Os segredos do campeão vêm de casa. As façanhas em cima das duas rodinhas são explicadas não só pelo talento natural e pelo esforço para atingir a perfeição, como pela influência da família e pelo ambiente propício à sua evolução. Com a ajuda do pai, André Barros, a brincadeira de criança virou coisa séria. Pedro ganhou de presente um complexo de pistas no quintal de casa, com um half-pipe, uma minirrampa e um bowl. O sítio de 50 mil metros quadrados no bairro de Rio Tavares, em Florianópolis, foi o terreno ideal para o jovem aprimorar suas manobras.

O local virou um parque de diversões para os amantes de esportes radicais e sede de um movimento de pessoas que nutrem um estilo de vida comum.
- Somos como uma família, vivemos em uma comunidade onde gostamos de andar de skate, surfar, ouvir música e curtir com os amigos. A maior conquista da minha vida foi ter conseguido viver do skate - disse o catarinense.
Tricampeão mundial de bowl, o catarinense desbancou lendas como Bob Burnquist e Andy Macdonald, além de grandes nomes da nova geração, como o fenômeno Mitchie Brusco, de 15 anos, e Rony Gomes, de 21. O título teve um sabor especial não apenas pela superação, mas também por ser o primeiro como profissional.

- Eu me criei no vertical, andei muito quando era amador, corria nos campeonatos lá fora, mas acabei focando mais nas provas de bowl. Estou muito feliz por ter vencido. Eu estava muito focado e consegui colocar toda a minha energia naqueles 45 segundos, a adrenalina ajudou a esquecer o momento, ajudou a esquecer um pouco, mas, quando parava, sentia muita falta de ar - contou Pedro, dono de três medalhas de ouro nos X Games, as Olimpíadas radicais.

Apontado como sucessor de Bob e Sandro Dias, o Mineirinho, Pedro passa cerca de três meses por ano na Califórnia para lapidar a técnica e a habilidade em diferentes modalidades. Apesar da pouca idade, o jovem já é considerado um dos maiores skatistas da atualidade. É um dos símbolos de uma nova geração valiosa, que vem dominando o circuito mundial.
- Nós estamos evoluindo a cada dia. Os mais velhos são o espelho para a garotada, e sempre surgirão caras novas quebrando tudo, é algo supernatural - analisou.
Após o título no vertical, os próximos desafios de Pedro serão as primeiras etapas do circuito mundial de bowl, sua especialidade, na Austrália e na Nova Zelândia, nos dias 9 e 16 de fevereiro, respectivamente. 


Por: Ana Carolina Fontes
Fonte: globoesporte


Nenhum comentário: